Foto net
Ora boa tarde … hoje estou meio lamechas, também tenho direito a isso, não?!
Era para escrever um pouco sobre um fruto! Sim, era para escrever sobre a Romã! Um fruto que aquela coisa a quem chamam de Trump desconhece por completo! Um fruto que sempre foi venerado e continua a ser por todas as religiões … por todos os povos e, julgo que por todas as pessoas. Um fruto que representa desde muitos séculos o amor, a fertilidade … a mulher!
Como escreveu um dia Aguinaldo Ribeiro:
O amor e a romã se confundem na cor,
O doce amargo da fruta,
E amargo doce do amor,
Será tudo a romã,
Ou tudo será o amor!
A Romã tem uma particularidade, nunca nos engana! Quer ela seja grande, pequena, pesada ou mais leve … tem sempre o mesmo número de bagos, 613! É provavelmente o que de mais sincero existe no mundo!
Um dia desses (quando voltar a estar lamechas) irei escrever um pouco mais sobre essa maravilha da natureza, essa maravilha chamada “Romã”.
Por agora e o que me fez mudar de opinião sobre o que escrever foi outra coisa! Coisa essa que nada tem a ver com a romã! Porque “ela” é sempre fiel e sabemos exatamente com o que podemos contar, 613 bagos … no entanto existe um Português que se tem mantido fiel às suas palavras e aos seu actos, concordando ou não com ele. Falo de Paulo de Morais! Esse mesmo que já foi candidato à Presidência da Republica!
Na minha normal “passagem” pelo Facebook, deparo-me com uma partilha de uma amiga minha que me chamou à atenção! Ela partilhou de um outro amigo, amigo esse que não se referiu (talvez por lapso, esquecimento ou desconhecimento) ao autor desse texto.
Como é aconselhável e porque todos nós sabemos que nem tudo o que é partilhado nas redes sociais é credível e verdadeiro, resolvi pesquisar um pouco e, após algumas tentativas lá consegui chegar ao seu autor! Sim, Paulo de Morais, num artigo de opinião publicado a 24 de Julho deste ano no JN.
Depois de ler tal artigo, resolvi não escrever sobre a “Romã” (farei em breve, num outro qualquer momento lamechas) e publicar aqui no “Diz à Mãe para migar as sopas …” este magnifico texto de opinião, escrito por tão ilustre Português e que passo a descrever na íntegra para o caso (como era o meu) não ter na altura lido e, sou da opinião que todos os portugueses deveriam ler … então cá vai …
“Tudo em família.
O novo secretário de Estado António Mendonça Mendes é irmão da deputada e dirigente máxima socialista Ana Catarina Mendes. Esta, por sua vez, é casada com o antigo ministro Paulo Pedroso. Uma ligação excecional na política portuguesa? Infelizmente, não. Este absurdo é o corolário lógico dum sistema político dominado por laços familiares.
No Governo, Parlamento e na alta administração pública, estamos cheios de casados, primos e cunhados. O ministro Eduardo Cabrita é casado com Ana Paula Vitorino, que também integra o Governo. Já a secretária de Estado adjunta de António Costa, Mariana Vieira da Silva, é filha de outro Vieira da Silva, o ministro da Segurança Social. A titular da Justiça, Van Dunem, é casada com o ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos, Eduardo Paz Ferreira. A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, é filha de Alfredo José de Sousa, ex-provedor de Justiça. Ainda no atual Executivo, temos o secretário de Estado Waldemar de Oliveira Martins que é filho de Guilherme Oliveira Martins, ex-presidente do Tribunal de Contas e atual presidente do Conselho Fiscal da Caixa; este, por sua vez, é cunhado de Margarida Salema, que preside à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos; esta é irmã da deputada Helena Roseta, casada com o ex-ministro Pedro Roseta, que é cunhado do também ex-ministro António Capucho. Elisa Ferreira, administradora do Banco de Portugal, é casada com Freire de Sousa que preside à Comissão de Coordenação do Norte.
No Parlamento, também os cargos políticos se congeminam no lar. O exemplo familiar mais exótico nos dias de hoje é constituído pelas gémeas Mariana e Joana Mortágua; o mais romântico será constituído pelo casal de deputados Teresa Anjinho e Ricardo Leite. Na Assembleia da República, cruzaram-se, ao longo dos últimos anos, mais familiares do que numa ceia de Natal: Luís Menezes, filho de Luís Filipe Menezes, Nuno Encarnação, filho do ex-ministro Carlos Encarnação, todos do PSD; e os deputados Candal, pai Carlos e filho Afonso, ambos do PS; a que se juntam Paulo Mota Pinto, filho do anterior primeiro-ministro Mota Pinto e da ex-provedora da Santa Casa da Misericórdia, Fernanda Mota Pinto; Clara Marques Mendes, deputada, é filha e irmã de dois outros Marques Mendes, António e Luís. António foi eurodeputado, Luís ministro e líder parlamentar; Teresa Alegre Portugal era deputada na mesma bancada do seu irmão, o histórico dirigente socialista Manuel Alegre.
A consanguinidade reina no... reino político. Paulo Portas, ex-ministro e líder do CDS, é primo do todo-poderoso socialista Jorge Coelho. O ex-secretário de Estado de Passos Coelho, João Taborda da Gama, é filho do socialista Jaime Gama, antigo presidente do Parlamento. António Campos, ex-ministro, é pai de Paulo Campos, deputado. O ex-ministro das Finanças Vítor Gaspar é primo do Conselheiro de Estado Francisco Louçã. E este é cunhado de Correia de Campos, presidente do Conselho Económico e Social e ex-ministro da Saúde. A histórica presidente do Partido Socialista e ex-ministra dos governos de Guterres, Maria de Belém Roseira, é tia de Luísa Roseira, membro da Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
Esta é uma lista interminável que se inscreve numa tradição que transitou do antigo regime. E que se manteve, transpondo - e suplantando até - a Revolução de Abril. O ex-ministro da Cultura Manuel Maria Carrilho é filho de um governador civil de Viseu, nomeado pelo Governo de Salazar. O presidente de Assembleia Constituinte da jovem democracia de Abril, Henrique de Barros, era cunhado do último chefe do Governo do velho fascismo, Marcelo Caetano. Em sua homenagem, o atual presidente da República herdou-lhe o nome. Marcelo Rebelo de Sousa é, ele próprio, filho de um ministro do Ultramar de Caetano.
E é neste quadro de sucessão dinástica que Portugal, uma arruinada República, mantém uma Corte decrépita, dominada por umas poucas dezenas de famílias que estão agarradas ao poder público e às benesses que este proporciona. Para aceder ao poder, não será necessário grande consistência política ou ideológica ou sequer sentido de interesse público. Em primeiro lugar, o que prevalece, são os laços de sangue.
PRESIDENTE DA FRENTE CÍVICA”
Paulo De Morais, 24 Julho 2017 in – Jornal de noticias
https://www.jn.pt/opiniao/convidados/interior/tudo-em-familia-8658082.html
E pronto foi isso que me fez não escrever sobre a “Romã”!
Beijinhos e abraços para todos … já agora bom resto de feriado!