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Diz à mãe para migar as sopas ...

Diz à mãe para migar as sopas ...

Haverá tradição do que era tradicional?

22.11.18 | Paulo Brites

DSC_1886-1-4.jpg Nikon D3200, 18-55mm @ 35mm, f/5,6/125s, ISO 125

 

Entende-se por “tradições”, o conjunto de conhecimentos populares, hábitos, usos e costumes que distinguem alguma comunidade. Esses e outros dados que formam o conjunto, são o resultado de longa vivência e um certo gosto que se herdou dos antepassados e que, se transmitem de geração em geração. Certo que existe transformações e evoluções. No entanto, a base terá que se manter.

O Alentejo é uma região repleta de tradições, tanto em termos arquitetónico, culturais, como em hábitos e costumes - que são só nossos.

Mas uma das maiores riquezas tradicionais alentejanas é sem dúvida, a gastronomia. Não deixa ninguém indiferente. O pão, a carne do porco alentejano (que hoje infelizmente foi rebatizado em porco preto – não existe nenhuma raça chamada de porco preto. O que existe é uma raça chamada de: Porco Alentejano) e seus derivados, as migas … as açordas. O borrego, a cabra que nos dá o excelente queijo, o vinho … enfim uma panóplia de produtos, todos eles de elevada qualidade.

Mas existe algo acima disso tudo. Existe o património imaterial que a natureza nos dá e que, os nossos antepassados nos deixaram em condições, para que todos nós os possamos consumir!

Será que a evolução das “tradições” irá terminar com esse património? O que será do peixe do rio sem a hortelã da ribeira? E o calducho sem os poejos? As omeletes sem espargos? O grão sem os cardos? Entre muitos e muitos outros …

Para além de preservar os nossos pratos, é urgente, preservar a natureza que lhes dá os ingredientes e sabores, para que, continuem a ser considerados – Pratos Tradicionais Alentejanos!

Todos nós temos o dever de manter e preservar esse património imaterial, que é a terra e o que dela retiramos, no entanto, pouco ou nada vejo por parte de entidades públicas e oficiais, na sua conservação e, inversão no caminho destrutivo que infelizmente foi “tomado” há alguns anos a essa parte.

Será o fim de linha de muitas das nossas tradições gastronómicas? Acredito piamente, se o caminho não for alterado e salvaguardado, será mesmo o fim de linha de muitos e muitos pratos tradicionais que hoje conhecemos e degustamos!

Será que a tradição se está a rescrever de tal forma, que, somente nos livros será possível cheirar esses ingredientes? … talvez!

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